Para o procurador-geral da República, transcrição integral de reunião citada por Moro é ‘desnecessária’ e pode impor riscos à ‘soberania nacional’.
O que Augusto Aras quer esconder da opinião pública? O que aconteceu naquela reunião que o país não pode saber?
Se o procurador-geral da República sabe, ele deve informar como e porque ficou sabendo. Se realmente pedir ao Supremo Tribunal Federal (STF) que não comunique aos cidadãos o conteúdo da reunião do presidente da República com seu ministério, ele estará atuando como advogado do Governo. E esse não é seu papel!
O Ministério Público, segundo a Constituição, é advogado do povo contra o Estado, o advogado da lei, aquele que deve advogar contra tudo que fere a lei e os direitos constitucionais. Para defender o governo, existe a Advocacia Geral da União (AGU), que atua no processo em defesa específica dos seus interesses.
Circulam notícias de que Jair Bolsonaro cogita indicar Augusto Aras para uma das vagas que serão abertas no STF com a aposentadoria de Celso de Mello e Lewandovisk. Se comportando como defensor do governo e não como procurador da República, Aras deixa no ar a suspeita de que foi picado pela mosca azul. Isso é muito grave! Sobretudo se levarmos em conta que só o procurador-geral tem a atribuição e a competência para denunciar ou não o presidente da República, junto ao STF.
Ele é o senhor da ação penal contra àquele que o nomeou para o cargo de procurador-geral da República, e que agora acena com a possibilidade de nomeá-lo Ministro do Supremo Tribunal Federal.
Referências extraídas de https://g1.globo.com/politica/blog/andreia-sadi/post/2020/05/12/aras-recorrera-ao-stf-contra-transcricao-na-integra-do-video-ministerial.ghtml