Os estragos provocados pela epidemia do Coronavírus vão muito além das perdas humanas, do pânico e da frenética instabilidade das bolsas de valores em todos os continentes.
A rapidez do contágio e da propagação do vírus, o gigantismo e a complexidade dos conglomerados urbanos – com dezenas de milhões de pessoas – revelaram a completa falência da ideia mentirosa de que o mercado tudo pode resolver com sua “mão invisível”, como um deus supremo dos templos capitalistas.
Qual a receita dos defensores de um liberalismo “vaca louca”, cultuadores de um estado mínimo destroçado por privatizações generalizadas, para enfrentar uma situação como essa? Teríamos que adotar a inteligência terraplanista e o nível de idiotice correspondente para engolir a ideia delirante de que quem tem dinheiro pode pagar para se tratar e quem não tem se esfola. Nada mais tolo, nada mais estúpido!
A verdade é que não há saída dentro dessa lógica mercantil, nenhuma questão essencial para a humanidade poderá ser resolvida pela lógica da acumulação capitalista de riquezas. O maior feito desse sistema econômico atual é a brutal desigualdade que ele gerou, pois toda a fortuna dos 6 homens mais ricos do mundo – que representa mais do que tudo que a metade mais pobre da humanidade possui – de NADA servirá à humanidade numa epidemia global. Não servirá pra isolar metrópoles de forma organizada e pacífica, não servirá para sequenciar o genoma de um vírus em tempo recorde e nem construirá hospitais em 10 dias.
Só a ação comum, mobilizando energias comuns da comunidade, tanto no âmbito nacional quanto global, é capaz de resolver problemas dessa magnitude, por meio da ação do Estado. Para o PSB o Estado é peça fundamental na construção de um projeto de desenvolvimento nacional democrático, que seja capaz de planejar, regular e equilibrar as relações entre a iniciativa privada e os interesses sociais e comunitários, a serviço da humanidade.
O mercado, a iniciativa privada, as corporações capitalistas e seus adeptos se julgam no direito de dominar e regular completamente as relações sociais pela lei das selvas, a lei do mais forte, porque mais fortes se julgam. O que importa para esses e seu sistema irracional é que as 6 pessoas que tudo têm possam continuar tendo mais do que 4 bilhões de seres humanos que quase nada têm, e que amanhã um desses donos do mundo possa ter ainda mais e mais e mais.
A humanidade tem em si as condições para construir uma vida plena, saudável, culturalmente diversa e rica, mas sobretudo justa sustentável. Saibamos escolher o caminho que a urgência e a emergência atual exigem.