Há muitas pessoas que têm direito ao Auxílio Emergencial mas que não receberam e estão enfrentando todo tipo de dificuldade. Elas não estão sofrendo apenas por causa de erros, acasos ou incompetências do Governo, mas existe uma sabotagem intencional do Ministério da Cidadania.
Familiares de presos que tinham direito não receberam, no entanto, os militares que NÃO tinham direito receberam. Este é apenas um exemplo de como o viés ideológico neofascista se transforma em política pública de maneira arbitrária e ilegal.
O Ministério que define a lista dos beneficiários é um reduto da ala ideológica do Governo ligada ao gabinete do ódio e aos seguidores do charlatão Olavo de Carvalho. Este setor, que se autodenomina como bolsonarismo raiz, defende abertamente o golpismo, a cooptação de uma base armada militar e o extermínio de presos.
Ao analisar a lista dos que receberam a primeira parcela do Auxílio, o Ministério Público percebeu que mais de 70 mil militares que NÃO tinham direito receberam, e cerca de 50 mil familiares de presos que têm direito não receberam. Isto se chama aparelhamento do Estado, e não para por aí.
O próprio Bolsonaro transformou o Palácio do Planalto em trincheira de uma guerra contra o isolamento social, e essa guerra se transformou na principal causa do Governo. Se pudesse, o Presidente enxotaria os trabalhadores de casa com lança chamas para que voltassem ao trabalho.
Nesse ambiente, certamente não foi um mero erro, acaso ou a conhecida incompetência que levou o Governo a determinar que só recebesse o Auxílio Emergencial – aprovado pelo Congresso – pessoas desempregadas que perderam o emprego antes de 16 de Março. Ora, se o auxílio foi criado para socorrer as pessoas atingidas economicamente pela pandemia, por que não atender quem perdeu e quem ainda poderá perder o emprego depois de 16 de março?
O primeiro caso de Covid-19 no Brasil foi confirmado em 26 de fevereiro e todos os indicadores mostram que os efeitos econômicos negativos da pandemia no Brasil, inclusive o desemprego, começaram a impactar a economia a partir da segunda quinzena de março. Já que o Governo sabota o distanciamento social e pressiona tanto pela volta ao trabalho, nada mais perverso (mas também lógico) que dificulte o pagamento do Auxílio para quem perdeu o emprego na pandemia. E foi exatamente isso que fez Bolsonaro ao estabelecer, sem base na lei, que os demitidos depois de 16 de março não podem receber o Auxílio Emergencial.
Mais uma vez, para satisfazer suas concepções fascistas, o presidente da República aparelha o Estado e atropela a lei votada pelo Congresso Nacional.
Referências de https://g1.globo.com/economia/noticia/2020/05/18/desempregados-familiares-de-presos-os-excluidos-por-engano-do-auxilio-emergencial-de-r-600.ghtml